A Importância da madeira de Jacarandá no Mobiliário Português

FIL – Lisboa, 2004 e 2006
Janeiro 21, 2020
– Um Parêntesis na Obra deste Magnífico Pintor – Henrique Pousão
Janeiro 21, 2020
Mostrar tudo

A Importância da madeira de Jacarandá no Mobiliário Português

O nome Jacarandá, é o nome dado no Brasil pelos índios a uma certa e determinada árvore, cuja madeira era sagrada e muito utilizada para fins medicinais em doenças e mulheres. Os portugueses reinóis transportaram-na para toda a parte do mundo no século XVII, dando-lhe o nome de pau-santo. Com ela os mestres artífices da Companhia de Jesus fizeram belos trabalhos em mobiliário, sobretudo para as igrejas do mundo ibérico. Somente no Brasil e nos Açores se manteve o nome de Jacarandá, dadas as ligações com o país irmão serem mais fortes e mais “próximas” do Continente. Em África o Pau-santo, ou pau-preto é conhecido por “Sissó”.

Jacarandá - Árvore das famílias das “bignoniáceas”, “papilionáceas” e “cesalpináceas”; conhecido por pau-santo, pau-preto – madeira da América tropical de várias espécies, especial para marcenaria e para entalhar. As mais conhecidas são: Jacarandá-cabiúna e Jacarandatã, em Minas Gerais, Jacarandá-caroba (São Paulo e Bahia), Jacarandá paulista, jacarandá-roxo e preto (Bahia) e Jacarandá-do-pará.

O nome de Jacarandá surge no âmbito da bibliografia especializada para designar variadíssimos géneros pertencentes às famílias das “Bignoniáceaa” e das “Fabáceas”. Assim sendo, é difícil apercebermo-nos da espécie real a que pertence a madeira com esse nome, uma vez que há vários “jacarandás”.

A Comissão Técnica Portuguesa de Normalização de Madeira Cortada, Serrada e Aplainada, de 1966, especifica: o que é o “jacarandá-da-Bahia” para alguns autores brasileiros, é nada mais que a “Dalbergia nigra” (pertencente á família das “Fabáceas”), referida pela Comissão Técnica como a única a que se atribui o nome comercial de Pau-Santo. A mesma comissão específica igualmente que existem outras designações no mercado internacional para esta espécie: “Palissandre Brésil”, “Brazilian Rosewood” e “Jacarandá”, madeira bastante escura, quase negra, de grande dureza e densidade.

Mas há outros jacarandás derivados da “Fabáceas” (correspondendo a vários tipos de “Dalbergia”, como é o caso do “Jacarandá-do-cerrado”, “Jacarandá-violeta” ou “pau-violeta”, “jacarandá branco”, preto, rosa, pitanga, etc., que vão da cor bege-amarelada ao amarelo escuro, ao lilás, ao rosa, ao negro – madeiras todas elas densas, excelentes para trabalho de marcenaria e torno, admitindo um polimento de grande homogeneidade final. A distinção em Pau Santo e Jacarandá parece assim aparentemente resolvida, se considerarmos que a primeira é apenas a “Dalbernia negra”. No entanto adensa-se a imprecisão quando nos apercebemos que relativamente à designação de “Pau-santo” Há autores que referem outras espécies: a “Zollernia paraensis Huber”, pertencente a uma família não referida anteriormente, ou ainda a “Guaiacum Officinale” da família das “Guttiferas”, mantendo-se as características da dureza e densidade, peso e durabilidade.

Sérgio Paulo Ribeiro
para
Séculos Passados – Antiguidades

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *